terça-feira, 2 de junho de 2020

Tem dias onde meu riso faz sol,
mas meu coração é só,
e isso me faz chover pelos olhos.

Tem dias onde sou
o sorriso que não faz sol, 
então descubro que não é mais verão,
e cai neve no meu coração.

Tem dias que sou tua, 
é sol, 
e só na minha imaginação.

Tem dias que sou minha,
sou sozinha, 
e minha melhor companhia.

Tem dias que não quero sol, 
não quero inverno e nem verão.

Ai, sou pura bagunça e confusão,
penso demais e descubro que nesse dia
sou de outra estação.

Do nada sou jardim, 
me plantam flor
e colho amor.
Do nada não quero mais ser jardim, 
começo a chorar,
transbordar, 
e logo viro mar.

Confundo todo caos com o amar.

Tem dias que sou assim, 
e a quarentena me faz experimentar
mil versões de mim.

Tem dias onde surto, 
piso fundo, 
furo o meu barco e afundo.

Acho que é o meu fim, 
e quando chego no fundo, 
eu volto nadando outra vez para a superfície.

Tem dias que me confundo, 
nem sei que dia é hoje, 
que hora é essa, 
e nem o que é esse mundo.
Só sei que agora é noite,
pois lá fora não faz sol.

No momento não estou com esse riso da foto.
Só estou me sentindo só.

Amanhã é outro dia igual!
Por enquanto eu respiro fundo, 
mesmo com medo disso tudo.


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