terça-feira, 3 de novembro de 2015

As paredes do meu quarto nada me dizem,
apenas me separam do mundo, de outro mundo menos cruel.
Por isso quero sair, fugir, eivar ... 
buscar em algum lugar o meu Eu que a muito tempo se perdeu em alguma noite de desilusão e angústia.
Mas essa liberdade eu talvez não consiga, pode quebrar minha sensibilidade.
Tento uma forma de agir, viver, como os pássaros que lá fora vejo, livres a voar, felizes, talvez.
Faço de meu caderno um deserto, de meu travesseiro uma busca, incansável, pelas entranhas da vida.
Vejo no fundo profundo de um lago a minha esperança.
Eu não tenho um sonho a me esperar...
Mergulho nessa loucura imbecil, não consigo alcançá-la neste universo, de águas claras, límpidas, azuis, já não consigo respirar e nada a minha volta percebe.
Quero gritar, estou inerte, penso ser um sonho, uma ilusão.
Continuo sufocada, nada me resgata.
Meu coração dispara e meus olhos nada mais vêem.
Sinto estar morrendo um sonho dentro de mim, talvez, um sonho morrendo comigo, de tristeza e solidão...