domingo, 28 de junho de 2015


Uma estrela cadente cortou o céu, embora fosse dia. Em dez segundos eu disse: Eis o cara que vai mastigar a minha alma.
Uma menina de 17 anos gritava dentro do meu peito, correndo entre as artérias com uma rede de caçar borboletas. As borboletas tinham pernas e também corriam e eu sentia que aqui dentro agora havia você.
A menina, as borboletas, meu sangue ... tudo corria na sua direção, embora eu estivesse parada.
Tudo isso num piscar de olhos, na primeira vez que te vi.
O som das pessoas em volta ficou baixinho.
Meu coração não batia freneticamente como esperava que fosse acontecer. Não. Ele parou. Ficou paradinho enquanto menina e borboletas buscavam desenfreadamente por você.
Aí você se aproximou, beijou minha testa e me deu uma garrafinha de água. 
E eu nunca te contei que nos dez primeiros segundos eu já era mais sua do que jamais fui minha.