Tem dias onde meu riso faz sol,
mas meu coração é só,
e isso me faz chover pelos olhos.
Tem dias onde sou
o sorriso que não faz sol,
então descubro que não é mais verão,
e cai neve no meu coração.
Tem dias que sou tua,
é sol,
e só na minha imaginação.
Tem dias que sou minha,
sou sozinha,
e minha melhor companhia.
Tem dias que não quero sol,
não quero inverno e nem verão.
Ai, sou pura bagunça e confusão,
penso demais e descubro que nesse dia
sou de outra estação.
Do nada sou jardim,
me plantam flor
e colho amor.
Do nada não quero mais ser jardim,
começo a chorar,
transbordar,
e logo viro mar.
Confundo todo caos com o amar.
Tem dias que sou assim,
e a quarentena me faz experimentar
mil versões de mim.
Tem dias onde surto,
piso fundo,
furo o meu barco e afundo.
Acho que é o meu fim,
e quando chego no fundo,
eu volto nadando outra vez para a superfície.
Tem dias que me confundo,
nem sei que dia é hoje,
que hora é essa,
e nem o que é esse mundo.
Só sei que agora é noite,
pois lá fora não faz sol.
No momento não estou com esse riso da foto.
Só estou me sentindo só.
Amanhã é outro dia igual!
Por enquanto eu respiro fundo,
mesmo com medo disso tudo.