''Nunca ninguém morreu por colocar o sorriso no rosto de alguém, mas pode ter certeza que já morreram por falta dele.''
sábado, 27 de outubro de 2012
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
Quando me lembro dos segundos em que você dividia o corredor comigo, eu quase me jogo no chão de tanta dor. Lembrando como era lindo sentir sua voz se transformar nas músicas que sempre viravam hits para todas as impossibilidades. E como era lindo iluminar o escuro dos centímetros dos armários com os seus olhos. E então te amo de novo, infinitamente, quase sem ar.
Isso aqui dentro não passa. Não esqueço. Não consigo te esquecer, como não consegui tantas vezes. E então me recordo mais uma vez de você e seu sorriso congelado. Nenhuma pedra minha sequer arranhou sua pintura perfeita. A imagem é sempre sua indo embora com as camisetas de sempre, o cabelo impecável, os dentes fortes e a vida ajeitada. E de eu ficando para trás rasgado, sujo, cuspindo sangue e sentindo uma falta absurda de alguns motivos para viver que você roubou sem saber.
E lembro que todo mundo faz questão de me contar algo sobre você. Mas eu não deixo nada chegar forte demais, achando que com isso me protejo. Mas a verdade é que tenho medo de imaginar ou descobrir tantas coisas piores do que a realidade. E mais uma vez sinto doer.
E então me lembro do cabelo que pode ser tantas coisas e não é nenhuma. O cabelo cacheado que ilumina o meu mundo. Pode ser espalhado ou arrumado. Com ou sem gel. É o cabelo mais lindo do mundo. Daqueles para deslizar os dedos e acalmar a vida. E depois ver a vida escorrer pelos dedos.
Decorei seus três tipos de sorriso de tanto olhar seu rosto, suas fotos e sonhar com você. Todas as minhas lembranças e sonhos apenas transmitem você. O com os olhos apertados que te deixa com cara de menino bobo, o de menino que te deixa com cara de só mais um menino e o de orgulhoso, que te deixa com cara da pessoa que pode me magoar. E isso dói.
É, isso não passa. Mas em alguns dias volto a dividir o corredor com você. E tentar com algum gesto ou palavra jogar pedras na sua pintura, mas você vai embora de novo sorrindo. E deslizo em pensamento meus dedos pelo seu cabelo. E todos a minha volta são as mesmas pessoas. Pessoas que não são ninguém. Que nunca existiram a não ser aqui, entre essas linhas. Só quem existe é você. O imutável companheiro de uma vida inteira de sonhos. Sim, você. O homem que me trouxe até aqui e agora eu tenho um medo danado de seguir em frente sem ele. Amar é a coisa mais aterrorizante do mundo.
domingo, 7 de outubro de 2012
Aquela música cuja letra diz uma coisa
e o ritmo diz outra é a sua cara...
e o ritmo diz outra é a sua cara...
Aquela maldita música me lembra você.
Sou apenas um coração em frangalhos. Não tem mais cérebro, boca, mãos... Só coração – ou o que um dia eu pude chamar de.
Cometi um crime inafiançável e a pena é ficar preso em mim. O coração inflando, inchado e doente, tornando o espaço apertado e inabitável.
Não há para onde correr, não tem como fugir... Meus ossos são grades e minha pele, paredes onde rabisco a contagem dos dias.
Nem a esperança ficou por aqui. Não cabia. O coração a expulsou, veias e artérias crescendo.
Minha pena não tem fim. Muito menos meu querer.
(Flah Queiroz)
Assinar:
Postagens (Atom)