Começar a noite bem e terminar com um "sabia que ia dar nisso". Ex não foi feito para ser amigo, sabe.
Relembrar casos passados deixando um sabor de flashback. Quero, não quero, não quero, quero! Pedi pra você prometer que não ia tentar ficar comigo como em todas as outras vezes. E pela primeira vez, você concordou. Sem muito esforço, sem ladainha e eu fiquei feliz. Feliz porque afirmei tanto pra você e pra mim mesma que havia te superado. E, de fato, isso aconteceu. Tenho festejado, curtido, provei novos sabores e pela primeira vez não senti sua presença me sufocar. Pela primeira vez ao te ver não senti um ciúme irracional, uma vontade de gritar um "EU TE AMO" e mostrar isso de todas as maneiras possíveis para que ninguém duvide, para que você não duvide, para te manter perto.
Eu te reencontrei. E houve risos, brincadeiras, intimidade, uma sintonia tão grande que ninguém sabe ao certo porque estamos separados. Eu sei, você sabe. Depois de uma noite entre "amigos" eu te quis por perto, como eu sempre quis. Como amigo, amante, canalha, qualquer coisa que te segurasse aqui. Porque te ter por perto é melhor que não te ter de forma alguma. Mas me perco e te perco no caminho. Quando finalmente sentia paz plena, fomos ver tv. Maldita tv. Humor, entrevista, culinária e eu só conseguia pensar em "como eu deixei ele escapar?", nada que passasse ali poderia desviar a minha atenção do peito dele e do fato de que era tão acolhedor. Sempre me passou tanta segurança. Sempre esteve perto. Desculpa estragar nossa noite de "amigos", desculpa por precisar do seu colo essa noite.
Por que raios eu o deixei partir? E enquanto tudo grita dentro de mim, da minha boca não sai uma palavra. Nada. Eu deveria? Eu poderia? Nunca fez diferença em todos esses anos. Não seria agora, né? Estou cansada de viver de quases, de pessoas e relações vazias, de meias-palavras, mas sou herdeira de uma incrível habilidade de estragar tudo. Tudo dito, nada feito. Qual a graça em mostrar a beleza dos sentimentos a quem está de olhos fechados? Pois é, nenhuma. Não quero quases. Não quero colocar palavras na sua boca. Não quero me contentar com tudo que foi idealizado só na minha mente. E a sua bipolaridade sentimental machuca. Seus desejos bipolares fazem com que eu desista.
Ambos mudamos tanto, mas eu nunca disse que queria o passado de volta. Eu ficaria feliz em passar o resto da minha vida te redescobrindo e me descobrindo em você.
Então agora eu me encontro feliz, conheci o amor de novo, mas dessa vez o amor próprio e fico triste por você. Porque por mais que eu deseje o contrário, no fundo, você sabe que nunca encontrará alguém como eu. Alguém que espere por você tanto tempo fielmente sem desistir. E sabe aquela frase que você disse ontem a noite? "Espero que dê certo com o fulano", quando eu disse "que Deus te ouça" eu não estava brincando, também espero e quero fazer com que realmente dê. Com ele ou com qualquer outro. Vou tentar do meu jeito. Meu jeito meio bobo, meio torto, meio errado, mas prometo tentar.
E pela primeira vez eu desci do seu carro e não me martirizei no quarto, não chorei, não me afoguei num pote de chocolate, não tive aquela vontade enorme de te ligar e dizer aquelas bobagens sentimentais que você sabe, eu adoro. Nada. Deitei na minha cama e foi como se nada de tão importante tivesse acontecido. Dormi. E por mais assustador que isso me pareça, parece que eu finalmente te superei. Prefiro que continue assim. Quero me acostumar com essa paz que sinto em relação a você. Porque seria ótimo te ter ao meu lado, (ao meu lado, entendeu bem?) mas viver agarrada à tua sombra é demais pra mim...
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