segunda-feira, 17 de outubro de 2011


“Ele pode estar olhando as minhas fotos neste exato momento. Por que não? Passou-se muito tempo, detalhes se perderam. E daí? Pode ser que ele faça as mesmas coisas que eu faço escondida, sem deixar rastro nem pistas. Talvez, ele passa a mão na barba mal feita e sinta saudade do quanto eu gostava dele. Ou lembre-se de todos os trajetos que eu fiz, na tentativa de não deixar que se disperse das lembranças. As boas. 
Por escolha ou fatalidade, pouco importa, ele pode pensar em mim. Todos os dias. E, ainda assim, preferir o silêncio. Ele pode reler meus bilhetes, procurar o meu cheiro em outros cheiros. Ele pode ouvir as minhas músicas, aquelas que ele sabe que são minhas preferidas...  procurar a minha voz em outras vozes. 
Quem nos faz falta, acerta o coração como um vento súbito que entra pela janela aberta. Não há escape. Talvez, ele perceba que eu faço falta e diferença, de alguma forma, numa noite fria.
Ele pode ser o cara com quem passarei aquela tão sonhada noite. Talvez, ele volte. Ou não.”

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