terça-feira, 13 de julho de 2010

" Eu, que não sei guardar, te guardei..."

Acho que eu treima também.
E me beijou, na boca.
Ou eu beijei ele, não me lembro.
Ou nos beijamos juntos, ao mesmo tempo.

Deitou-se com esperança de dormir. Em vão! Seu pensamento nao parava um segundo, nao conseguia interrompe-lo nem direciona-lo para outro espaço, um outro momento, para um outro alguem. Tudo o que tentou fazer nao lhe trouxe resultado, por isso resolveu deitar. Como de costume, o notbook estava ao lado: aberto, piscando, em branco. Nao quis responder ninguem, olhou esperançosa e nao o viu por lá. Fechou tudo e ligou o som e pegou seu caderno. A musica que passava tinha a voz dele, o coração acelerou de novo, fechou os olhos. Sentiu saudades daquele momento magico que passaram juntos: das palavras, dos sorrisos, dos dedos entrelaçando os cabelos negros, da barba mal feita espetando o rosto, do dedilhar delicado que ele tinha ao segurar o violão, da voz suave, da boca vermelha, dos beijos doces...
Abriu os olhos na esperança de que fosse um sonho, mas nao, olhou a cadeira e ainda estava lá o casaco vermelho que ele gentilmente ofereceu para aquece-la.
"Por favor, aceita. Deixa eu cuidar de voce" Ele disse.
Em silencio respondeu: "Eu deixo"
Lembrava dos detalhes com tanto carinho que teve uma enorme vontade de ligar pra ele e revelar que nunca havia se sentido tao bem com alguem como se sentira naquela noite. Mas desistiu qdo olhou o relogio e viu que ja era madruagada, usou aquilo como desculpa para manter o que estava pensando em segredo, porem no fundo, ela nao queria mesmo ligar, morria de medo de parecer idiota.
Ele a deixava confusa, nao conseguia decifrar seus olhos negros, jamais arriscaria dar um palpite sobre o que ele estava pensando. Era pra ela uma incognita, e nao sabia ainda se deveria tentar desvenda-lo.
Prendeu sua atenção na musica, aquela que ele cantou pra ela, lembrou do momento em que olharam o ceu enquanto os rostos se tocavam e, voltou a rabiscar sobre o amor!




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